Queridos catequistas, vamos falar sobre o crescimento da nossa vida espiritual e sacramental. Se queremos introduzir nossos catequizandos à vida comunitária, precisamos apresentar o caminho de comunhão para a construção de uma comunidade orante, fraterna e solidária. O Diretório para a catequese (88) fala do cultivo de uma espiritualidade da comunhão para se alcançar a luz da Trindade no rosto das pessoas com quem caminhamos.
O primeiro passo para crescermos na espiritualidade e na vida sacramental, em comunhão com a nossa comunidade, é oferecermos uma amizade sincera e profunda, valorizando a presença de cada pessoa no grupo de catequese e fortalecendo o vínculo da unidade para concretizarmos a esperança de Jesus: “Que todos sejam um” (Jo 17,21). Seja nos encontros de catequese ou de confraternização, o grupo de catequese pode crescer na espiritualidade de comunhão, vivenciando a alegria e o amor de caminharmos unidos como irmãos e irmãs na fé. O fruto da vida sacramental é pessoal e eclesial.
O segundo passo é mergulharmos numa experiência espiritual em vista da missão. Tornar-se discípulo missionário de Jesus Cristo é estar aberto para se colocar ao lado do outro, em todas as circunstâncias. Quando o catequista se abre para a dimensão missionária de seu ministério, torna-se capaz de revelar sua paixão pela evangelização e seu comprometimento com a Palavra de Deus. Jesus, quando disse “Ide!”, certamente queria que sua comunidade superasse o desafio do individualismo e do fechamento egoísta, que facilmente enclausura o coração humano. A vida sacramental requer confiança na Palavra que nos desperta para a missão de anunciar e servir.
O terceiro passo é o reconhecimento de nossa identidade como “testemunhas da fé e guardiões da memória de Deus” (cf. Diretório para a catequese, 139). Para uma catequese adequada aos anseios das pessoas e da sociedade contemporânea, fortemente marcados pelo acelerado processo de transformação e de mudança, é urgente e necessário darmos testemunho da nossa fé, sabermos apresentar o Deus que nos escolheu e que nos chamou. Bem sabemos que as mudanças não ocorrem somente no campo da vida material, mas, também, no campo da vida relacional. Hoje, tudo pede um pouco mais de verdade. Até o nosso testemunho precisa revelar quem realmente somos: o que pensamos, o que falamos e o que fazemos precisa estar em perfeita sintonia. Para uma vida sacramental saudável é necessário fidelidade aos fundamentos da nossa fé cristã.
O quarto passo nos fala do caminho de fé, que precisa ser trilhado com o coração aberto para a conversão constante por meio da formação e de uma vida cristã autêntica. Crescer na espiritualidade e na vida sacramental implica a superação do intelectualismo religioso ou do devocionismo. Precisamos saber para onde caminhar, para não corrermos o risco de aceitar qualquer caminho, “Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48): com esse ensinamento de Jesus, caminhemos com o coração renovado.
O quinto passo nos leva ao compromisso de acolhimento das famílias para uma experiência comunitária da fé. Com as famílias na comunidade e por elas, busquemos promover uma espiritualidade familiar, conscientes do nosso papel na obra da evangelização. Somos todos a família de Deus! A espiritualidade familiar é sustentada por inúmeros gestos concretos de afeto, lealdade, amor, respeito e responsabilidade, com a vida e com o bem-estar do outro. Vida sacramental é viver para Cristo, ou melhor, viver a vida de Jesus Cristo, abandonando a velha vida, diariamente.
O sexto passo é alimentarmo-nos espiritualmente de Cristo “para que não continuemos crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus artifícios enganadores” (Ef 4,14). Cristo é o alimento que favorece o crescimento, a energia e a saúde espiritual de todos nós. É pela Palavra que nos nutrimos (cf. 1Tm 4,6) e é pela sagrada Eucaristia que encontramos o alimento e o remédio para a nossa vida.
O sétimo passo nos impulsiona para o ser catequista chamado à plenitude da vida sacramental. A serviço de uma catequese orgânica e estruturada, todo catequista, escolhido para o encontro com Jesus Cristo, deve buscar assumir o ministério da catequese como um sujeito ativo da comunidade e que participa no múnus sacerdotal, profético e real de Cristo. O compromisso com a nossa vocação leva a um profícuo apostolado quando orientamos a nossa missão sacramental para o processo de evangelização na alegria de transmitirmos a fé.
Explica o Diretório para a catequese: “O encontro com Cristo envolve a pessoa na sua totalidade: coração, mente, sentidos. Não tem a ver apenas com a mente, mas também com o corpo e sobretudo com o coração. Nesse sentido, a catequese, que ajuda na interiorização da fé e, com isso, dá um contributo insubstituível para o encontro com Cristo, não é a única a favorecer a prossecução dessa finalidade, convergindo com as outras dimensões da vida de fé: na experiência litúrgico-sacramental, nas relações afetivas, na vida comunitária e no serviço aos irmãos acontece efetivamente algo de essencial para o nascimento do homem novo (cf. Ef 4,24) e para a transformação espiritual pessoal (cf. Rm 12,2)” (76).
A catequese se inicia na vida sacramental da Igreja, portanto, como ação eclesial todos nós estamos, significativamente, envolvidos no processo de educação para a fé e na fé. Cuidemos para que, pela valorização das imagens cristãs, dos símbolos e dos ritos, a catequese seja um espaço de encontro com o Jesus Cristo que está vivo, presente e atuante na Igreja e na história (cf. Diretório para a catequese, 209).
Continuemos, perseverantes, dando passos para o nosso crescimento espiritual e sacramental.
Juntos na missão!